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Luciana Dorini – Entre Ondas de Emoção!

As histórias de vida que mais nos inspiram a enfrentar a vida com resiliência e esperança são daquelas pessoas que não desistem mesmo diante de problemas que muitos não aguentariam… aquelas pessoas que decidem levar sua vida, seus exemplos, sua garra por onde quer que passem… Assim é a história que será contada hoje, nada pode ser um impeditivo pra nada quando a pessoa é corajosa, batalhadora, dona de uma luz só sua. Conheci a Lu há muitos anos na casa de uma amiga em comum, naquela época ela buscava ajuda para o seu problema de saúde, mas mesmo assim ela tinha alegria no conversar, brilho no olho, e vontade de ser uma pessoa cada dia melhor, independente das adversidades que a vida lhe apresentava. A Lu recentemente escreveu um livro contando sua história e como foi enfrentar esses desafios, se chama “Entre Ondas de Emoção”, e foi através desse livro que ela se fortaleceu ainda mais e foi abrindo portas e mais portas na sua vida. Além disso, ela também tem um blog para compartilhar suas experiências e ajudar pessoas que enfrentam o mesmo problema.

https://www.eutenhoumhemangiomaedai.com/sobre-nos/

“Luciana Kele Dorini, nascida aos 10 minutos do dia 20 de julho de 1979, filha do Seu Santin e da Dona Lucia e irmã do Jeferson.

Eu nasci com uma pequena mancha na altura do queixo, aos 8 meses tive a primeira hemorragia, e a primeira cirurgia emergencial.  A manchinha foi crescendo e aos três aninhos já era bem perceptível. Também tinha alguns sangramentos durante a infância, principalmente, quando dormia. Mas, mesmo assim eu tive uma infância deliciosa, gostava de brincar de banco, escritório e escolinha, mas a professora tinha que ser eu… nunca gostei de brincadeiras perigosas, porque, sabiamente, minha mãe me sugestionou a não gostar do que pudesse me fazer mal, então ela sempre dizia que brincar de correr, ou de subir em árvores, não eram brincadeiras para uma mocinha delicada como eu…

Luciana com 3 aninhos.

Na escola sempre tive vários amigos e sempre participei de todas as atividades: peças teatrais, festivais de música, desfiles de 7 de setembro, desfiles de moda, e ainda, na pré-adolescência, eu praticava ginástica olímpica e depois comecei a jogar voleibol. Vida, completamente, normal.

Eu fui crescendo com uma marca de nascença, e era isso que eu respondia a todos que me perguntassem. E a marca foi crescendo comigo. Até meus 14 anos eu imaginava que o problema fosse estético, porém, querendo ficar com o rostinho igual ao das minhas amigas, procuramos um cirurgião plástico, que disse que facilmente retiraria todo aquele volume, e que eu sairia do hospital sem nada. E eu quase saí sem vida. Porque quando ele cortou ele viu que meu problema era vascular. Tive uma grande hemorragia na lesão, e os dois pontinhos que ele disse que daria no meu queixo, transformaram-se em 16 pontos que vinham do queixo até a orelha. Mas não reclamo da cicatriz, afinal foi ela que me fez permanecer viva. Como também não reclamo de nenhum das outras, pelo contrário, agradeço a todas as minhas cicatrizes, não só por me darem mais tempo de vida, como também por me ensinarem como viver melhor, me ajudarem na minha evolução como ser humano.

Book de 15 Anos com Rudi Bodanese.

Durante toda a minha vida precisei passar por 19 procedimentos cirúrgicos, sendo que só um de cunho estético, esse relatado a cima. Por várias vezes achei que fosse morrer, porque as hemorragias que tive foram muito severas, mas em nenhuma delas eu perdi a vontade de lutar. Lutar para continuar aqui, lutar para não deixar a minha família, lutar porque algo me dizia, que eu ainda tinha algo para fazer nesse mundo.

Com seus pais.

As cinco últimas cirurgias, fizeram parte de um tratamento para embolizar as veinhas mais fracas e assim tentar evitar futuros sangramentos. Depois desse tratamento eu tive muito mais qualidade de vida, eu consegui viver com menos medo.  Eu consegui me soltar, eu consegui voar, literalmente.  Eu comecei a viajar muito mais, eu comecei a aproveitar mais os meus dias, como eu merecia. E também resolvi fazer algo para ajudar as outras pessoas, afinal, não há felicidade maior que proporcionar a felicidade do próximo.

Conhecendo a Torre Eiffel dois meses após a cirurgia.

Em 2015 então criei o blog “Eu tenho um hemangioma e daí?!?” porque é assim que eu me sinto… eu tenho um hemangioma (malformação arteriovenosa) sim, mas e daí… eu vivo, eu sorrio, eu posso tudo que eu quiser… Eu sempre convivi com uma grande diferença e um problemão de saúde, mas eu nunca deixei de viver…

Tulipas na Holanda.

Aos 17 anos eu prestei vestibular para Ciências Contábeis, eu não sabia se queria ser contadora ou professora de português, e a minha professora me convenceu a fazer contabilidade. Mas recém formada, eu virei professora também. Trabalhava durante o dia como contadora e à noite como professora. E me apaixonei pelas salas de aula, e só as abandonei por conta de um problema nas cordas vocais, que ocorreu depois de quase 15 anos de docência.

No Mont Blanc.

Eu larguei as salas de aula, mas jamais vou esquecer tudo que vivi nelas, a paixão pelos meus alunos, as amizades para a vida toda. Hoje sou contadora da Câmara de Vereadores de Mangueirinha, cidade onde moro há muitos anos com os meus pais, e concilio o trabalho com a missão que encontrei depois que criei o blog.  Hoje sou palestrante, que todos chamam de motivacional… E também resolvi escrever um livro, porque fui desafiada a fazer isso.

Palestrando.

Eu não me sentia capaz de escrever um livro, afinal, Livro é Livro não é? Mas quando aceitei o desafio e comecei a dedilhar os primeiros capítulos, eu vi que eu poderia escrever sim… então escrevi… São 279 páginas de pura emoção, os momentos mais tristes e os mais felizes… os momentos de decepção e de total superação…  Foi incrível escrever a minha história nua e crua, e com tanta riqueza de detalhes sentimentais…. eu me abri, completamente, e transcrevi tudo o que havia guardado no mais íntimo do meu coração…

Ensaio para a capa do livro. Foto: Bruna Peretto.

Minha psicóloga disse que eu fiz uma terapia… e de fato fiz… fiquei muito mais forte, muito mais segura de mim, e o principal, hoje eu sei o que realmente senti em cada momento da minha vida… hoje eu sei que lutei, chorei, mas que venci, e faria tudo de novo, se a recompensa fosse a vida que eu ganhei de presente…

Celebrando os 40 anos. Foto: Dieila Zanetti Walker.

Sei que tenho uma missão e que já a estou cumprindo… com o blog, com as palestras que já ultrapassaram a marca de 110, com os vídeos, e agora com o livro… e o que eu mais desejo, não é que ele seja um campeão de vendas, mas que ele toque o coração das pessoas, que ele dissemine amor ao próximo, que ele estimule o amor próprio, que ele ajude de alguma forma na felicidade dos leitores…

Foto: Dieila Zanetti Walker.

Redes Sociais da Lu:

Facebook: https://www.facebook.com/lucianakele.dorini

Instagram: http://www.instagram.com/ludorini

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