Clemair Bertol: Amor, Superação e Altruísmo.

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Uma família de mulheres fortes… e hoje vou contar a história de vida de uma delas. Eu tenho um carinho muito grande pelas mulheres dessa família, são mulheres doces ao falar, meigas no olhar, porém que já enfrentaram grandes batalhas, superaram, venceram e ainda ajudaram muitas outras pessoas. A história de hoje é da minha querida Clemair Bertol que nasceu lá em Coronel Vivida, que também é a terra da minha mãe. Clemair é sobrinha da amada Dona Hélia (in memorian) que era madrinha da minha mãe. E Clemair é tia de uma grande amiga minha: a Angelita (minha terapeuta do Reiki que ajudou muito nessa vida), todas elas são grandes exemplos para mim e eu fico muito feliz em falar sobre a história da Clemair, que além de ter uma história pessoal de superação, é uma das responsáveis pela criação de um lugar muito especial e importante da nossa cidade.

“Sou a Clemair Terezinha Ruffato Bertol, nascida em Barro Preto, hoje Coronel Vivida, em 03/09/1948, sou filha de Juventino Rufatto e Assunta Bernardi (in memorian).

Minha infância foi muito boa, morávamos no interior de Coronel Vivida, onde meus pais tinham uma casa de comércio “secos e molhados” e uma serraria. Ali residiam várias famílias, a maioria pertencia aos familiares do pai: tios, tias e primos. Ali havia uma capela onde o padre raramente vinha rezar as missas, existia também uma escola multisseriada onde se deu início à minha alfabetização. Fomos educados, eu e mais 7 irmãos, entre eles 5 mulheres, na fé cristã, com uma educação rígida, com respeito aos mais velhos e aos irmãos. Minha mãe determinava as tarefas e a noite fazia a cobrança.

Em 1958 fomos residir na cidade de Coronel Vivida, conclui o ensino primário e o ginasial no Colégio Mãe Três Vezes Admirável, criado nos anos 60 e administrado pelas irmãs Palotinas, conclui o ginásio em 1966.

Casei com Mário João Bertol, tivemos 4 filhos, 2 mulheres e 2 homens. Já com 3 filhos reiniciei os estudos cursando Magistério. Participei do concurso público estadual em 1976. Assumi o cargo como professora e com a ajuda do meu esposo fui cursar faculdade de Pedagogia em Palmas. Nessa época eu trabalha durante um turno e à noite ia para a faculdade percorrendo o trajeto de ônibus entre Coronel Vivida e Palmas. Conclui a Pedagogia com Orientação Educacional em 1986.

Em 1985 viemos residir em Pato Branco, continuei meus estudos e trabalhava durante o dia em escola pública no ensino do 1º grau. Em 1986 fui convidada para trabalhar na equipe de ensino do Núcleo Regional de Educação, capacitando professores do 1º Grau estadual dos 15 municípios que faziam parte da regional. Em 1995 assumi a chefia do NRE atuando até o final de 1999.

No ano 2000 eu descobri um câncer de mama. Fiz uma mastectomia radical e várias sessões de quimioterapia. Foram 3 anos de idas e vindas a Curitiba e em Pato Branco terminei o meu tratamento. Na época em 5 mulheres, resolvemos fundar um grupo de apoio para auxiliar quem estava com câncer. Em 2006 fundamos o Gama.

Depois de muitos apoios e encontros conseguimos realizar um sonho: a construção da Casa de Apoio GAMA. Inauguramos em 2012 com adesão de várias entidades e clubes de serviço, equipamos a casa com mobílias, camas, utensílios domésticos entre outras necessidades.

A casa atualmente conta com 11 suítes com 4 camas e banheiro cada, totalizando 44 leitos, refeitório, cozinha industrial, lavandeira hospitalar, etc. Com ajuda adquirimos carros para transporte dos pacientes que ficam hospedados para o tratamento de câncer, conduzindo aos hospitais e abrigando com 5 refeições diárias. Atualmente a comunidade ajuda com a manutenção da casa.”