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Joyce Kist: Amor a Deus, ao Trabalho e à Família!

Sempre quando vou contar uma história de vida eu gosto de perguntar sobre a raízes, a família, a infância… porque baseado nisso conseguimos entender boa parte do processo dessa história. Na maioria das vezes, é lá na infância que estão as principais vivências, experiências e exemplos. E com a história de hoje não é diferente, conforme eu fui sabendo mais sobre sua vida entendi que os exemplos vindos da família inspiraram a trajetória dessa mulher. A estrela da vez é Joyce Teruel Kist, nascida em 15/10/1983 na cidade de Marília – SP, filha de Valdemir Teruel e Ana Menezes Teruel, é a filha mais velha e tem mais dois irmãos: Jader e Geicielle.

“Eu tive uma infância muito feliz, aquela infância raiz, símbolo da geração anos 80/90, brincava muito na rua, aquelas brincadeiras tradicionais daquela época: pega-pega, esconde-esconde. Mas, foi no sítio do meu pai que guardo minhas lembranças mais lindas. Quando eu tinha aproximadamente 8 anos meu pai comprou um sítio na cidade de Lupércio a uns 30km de Marília, e minhas recordações nos rios, cachoeiras e pomar enchem meu coração de alegria.

Uma boneca! Joyce na infância.

Eu comecei a trabalhar muito cedo, aos 13 anos inspirada pelos meus tios maternos. A família da minha mãe é grande, são 12 irmãos, e a boa parte deles são empreendedores e empresários. Foram pessoas a frente do seu tempo, romperam barreiras numa época que não existiam muitas tecnologias e muito menos internet. Meus tios foram os primeiros a criar o conceito de casa de carnes, nesse formato que vemos muitas por aí. Mesmo sem curso superior, sem cursos técnicos eles foram pioneiros em muitas novidades, tudo na base de muito esforço e trabalho. Até hoje eles tem negócios bem sucedidos nos ramos de casa de carnes, farmácias, construtoras, e carvoarias.

Então desde os meus 13 anos eu fui construindo a minha história profissional, trabalhei em todos os ramos: farmácias, açougues, construção civil e na carvoaria que ficava vinculada ao Grupo Votorantin. Eram funções voltadas ao comércio, ao atendimento ao cliente. Como falei meus tios além de empreendedores, eram inovadores e priorizavam a qualidade no atendimento, na entrega do produto ou serviço. Todos foram e são bem sucedidos em seus ramos e eu cresci vendo tudo isso.

Com os irmãos Jader e Geicielle.

Em 2002, incentivada por tudo que já havia vivido no empreendedorismo, eu ingressei para a faculdade de Administração com ênfase em Comércio Exterior. Nessa fase eu sai das empresas familiares em entrei para trabalhar no grupo Intercoffee, empresa de importação e exportação de café que foi uma grande escola para mim. Foi um período de muito esforço e sacrifícios já que eu trabalhava o dia inteiro e estudava a noite. Minha casa ficava bem longe do trabalho e faculdade, mas aprendi muito e isso faz de mim até hoje.

Nessa época, como eu não tinha fluência em Inglês, não consegui trabalhar no setor de importação e exportação, mas mesmo muito jovem já tinha um currículo muito bom e cheio de experiências e fui convidada a trabalhar no departamento financeiro e eu me apaixonei! Iniciei em 2004 até 2018, trabalhando exclusivamente com as finanças. Porém, eu tinha sim outra paixão: o atendimento ao cliente! O empresário, o comerciante do estado de São Paulo tem um maneira única de atender o cliente e eu sempre tive vontade de ter meu próprio negócio. Aquela ansiedade em atender, criar e trazer novidades para o cliente ainda estavam latentes em mim.

Mas, antes de continuar falando da minha vida profissional eu preciso entrar na minha vida pessoal, um capítulo muito difícil da minha vida, quando eu ainda era muito jovem. Eu me casei em 2006 com o Eriston quando eu tinha 22 anos, nós namoramos praticamente durante todo o período da minha faculdade. Eu amava muito o “Ton”, foi uma história muito bonita, ele se sonhava em se casar comigo desde a infância, aqueles sonhos de criança, e nós convivíamos muito naquela época porque éramos primos de terceiro grau. Depois ficamos muitos anos sem nos ver, mas ele nunca desistiu do seu sonho. E casar, ter minha família também era o meu sonho, nós tínhamos muitos planos juntos.

Com os pais, aos 22 anos no seu casamento.

Após 3 meses de casada recebi a notícia que o Eriston tinha sofrido um acidente em uma cidade no estado de Santa Catarina, estávamos morando em Caxias do Sul – RS. Eu sai de Caxias e fui até a cidade onde ele tinha se acidentado mas achando que o encontraria no hospital, não imaginava que iria encontra-lo sem vida. Isso foi o pior momento de toda a minha vida. E nunca mais voltei para Caxias, nem para buscar minha mudança. Voltei para a casa dos meus pais de onde, até então, nunca tinha saído. Lá encontrei apoio, carinho e amor de toda a minha família para superar essa perda. Foi uma dor profunda, vivi todos os momentos do meu luto, porém eu sabia que algo maior me sustentaria e me tiraria dali: o amor do meu Deus! Mesmo nos momentos de maior tristeza e desespero eu nunca me revoltei, nunca questionei: Por que comigo? Eu sabia que existia um propósito e que os planos de Deus eram maiores do que os meus. Eu superei essa dor, sei que muitas mulheres passaram ou passam por isso, e sempre que posso eu gosto de compartilhar sobre isso para mostrar que conseguimos, como o apoio de amigos, família e, principalmente de Deus!”

Atualmente eu, Luciane, trabalho em parceira com a divulgação da Casa Kist, empresa da Joyce, mas não foi através desse trabalho que a conheci. Há mais ou menos uns 4 anos fui convidada pela minha amiga e vizinha Adi a participar de estudo bíblico com um grupo de mulheres da Primeira Igreja Batista de Pato Branco. E lá estava a Joyce, cheia de alegria, simpatia e entusiasmo pela vida! Depois de alguns anos nos encontramos para falar do projeto Casa Kist! Pedi para a Joyce sobre a relação dela com Deus, que é tão explícita!

“Lu, eu nasci numa família evangélica, protestante. Deus sempre fez parte da minha vida, da vida da minha família. Minha mãe é uma mulher espetacular, com uma inteligência emocional acima da média e sempre nos inspirou a buscar os caminhos de Deus, do Espírito Santo. Tanto eu quanto os meus irmãos nunca nos desviamos, nem pensamos em deixar ou mudar de igreja. Para nós sempre fez muito sentido colocar Deus em tudo o que fazemos. Eu confio em todos os seus caminhos e o Espírito Santo é o meu melhor amigo!

Em 2009 eu conheci o Ricardo Kist, meu marido, e o como nos conhecemos foi muito peculiar, sempre quando as pessoas me pedem eu acho engraçado falar sobre isso. Eu fiquei viúva em 2006, e fiquei quase 3 anos sozinha. Mas, eu queria que um dia a minha vida recomeçasse, que eu tivesse a oportunidade de conhecer alguém. Nessa época eu estava morando em Cascavel trabalhando junto com meu irmão Jader. E eu entrei nesses sites de relacionamento buscando alguém com uma história parecida com a minha, pessoas que tivesse ficado viúvos jovens também e ali encontrei o perfil do Ricardo. Depois de uns 4 meses juntos nos casamos.

Joyce e Ricardo com o primeiro filho, Bruno.

Então vim morar em Itapejara do Oeste, na cidade natal do meu marido, onde ele e sua família tinham seus negócios. Em 2010 tivemos nosso filho Enzo, o Ricardo já tinha um filho do primeiro casamento, o Bruno que na época tinha 8 anos, e assim começamos a formar nossa família. E em 2012 resolvemos vim embora para Pato Branco, porque sempre estávamos por aqui, no comércio, nos mercados e etc, e também tinha mais opções para educação dos meninos. Além dos meninos também temos nossa Alice, com 7 anos. Hoje vejo que a minha família é sinônimo do amor de Deus na minha vida. Ele realizou meu sonho, continuou cuidando de mim.

Mas, vamos falar um pouco sobre o meu mais novo projeto: A Casa Kist! Esse projeto surgiu depois de uma sociedade de um ano e meio com a fotógrafa Dafne Brizola. Fazia 10 anos que a Dafne tinha assumido o estúdio do Rudi Bodanese e então eu entrei como sócia bem no início da pandemia. E nós fizemos várias mudanças: mudamos de endereço, de identidade visual, site, redes sociais… Foi o meu primeiro “case” de sucesso! Alavancamos o negócio em plena pandemia, resgatamos muitas coisas e eu adorei participar desse projeto. Eu sempre gostei muito dessa parte de organizar uma empresa, a gestão, a logística, o atendimento, análise financeira, pois sou especialista nessa área. E me apaixonei em ter o meu primeiro negócio.

O amor pela Casa Kist.

E esse foi um “case” que me ensinou muitas coisas, a parte boa de se ter o seu próprio negócio, mas também aprendi com as dificuldades. E de tão encantada que eu fiquei eu já pensei em partir para uma nova proposta de empresa, mas queria algo diferenciado, que não fosse o óbvio, que fosse diferente e feminino! Porque eu sempre gostei de trabalhar com mulheres. Acredito que estamos em um tempo, mais do que nunca, de nos unirmos! Não nos enxergar como concorrentes, ou rivais e sim como iguais! Podemos ganhar uma grande força, porque muitas vezes a dificuldade de uma mulher é a dificuldade da outra e assim por diante, e podemos nos sustentar. Não é fácil ser mulher, muitas vezes somente entre nós é que somos compreendidas e acolhidas. Ainda mais nos tempos modernos onde precisamos ser mãe, esposas, donas de casa, profissionais.

Depois de uma conversa com Deus, em dezembro de 2019, essa ideia nasceu no meu coração. Por que não criar um lugar de encontro entre as mulheres e que eu pudesse trazer produtos diferentes, voltados para casa e decoração, organização e mesa posta depois de perceber que Pato Branco ainda tinha poucas opções nesses setores. Em abril de 2020 começou o grande projeto, numa época em que pandemia tinha tomado conta do mundo. Passei para o papel o que estava no meu coração e na minha mente e começamos a colocar tudo em prática. Pensávamos em um lugar que não fosse uma sala comercial e sim uma casa, onde remetesse ao lar, ao aconchego. A gente queria um lugar que tivesse opções de uma decoração desde a mais simples até uma mais sofisticada, para atender vários públicos, porque acredito que uma casa bem organizada, limpa e aconchegante transforma nosso humor e nosso olhar para o mundo.

Foto: Dafne Brizola.

A minha ligação com o universo feminino é muito forte! Eu venho de uma família de mulheres guerreiras e doces ao mesmo tempo, que por mais que passaram muitas lutas e dificuldades nunca faltou o amor dentro de casa. Eu tive essa estrutura! Eu faço parte de uma família com mulheres incríveis, eu faço parte de uma comunidade religiosa com mulheres incríveis! A mulher tem esse poder de ser resiliente, de recomeçar quantas vezes for preciso, de ser a estrutura de uma casa, de doar amor! Isso é Biblíco, a palavra de Deus fala muito sobre a mulher, sobre o poder de ser uma mulher, que ela pode erguer ou derrubar um lar. E muitas vezes o que a gente precisa como mulher é um abraço, um carinho, um sorriso que diga eu estou aqui! A gente cuida de tanta gente, de marido, de filhos e muitas vezes ninguém cuida de nós! É uma dor, uma carência, uma pergunta que fica: “Quem cuida de mim?” Quem vai me ajudar se eu estiver cansada fisicamente, seu estiver esgotada emocionalmente. Deus fala com tanto amor sobre a mulher, ele sonhou com a mulher! Então precisamos nos cuidar, nos dar amor, lembrar que quando não estamos bem nada vai bem, nem nossa casa, nem nossa família. Mas, quando estamos como o coração cheio de amor, se sentindo acolhida, a gente pode sim estar cansada, mas a gente consegue superar todas as coisas! Nós somos a bússola da nossa casa! E eu sempre me perguntei o que eu posso acrescentar e ajudar na vida de outras mulheres? O que posso aprender com elas? Acredito que isso seja parte da minha missão, e eu agradeço!

Família, onde tudo faz sentido.

 

 

 

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