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O Papel das Emoções na Procrastinação – Por Julia Spanholi.

Hoje vamos conversar sobre saúde mental e emocional, e um dos temas que acho que muito relevante nos dias de hoje é sobre a procrastinação! Quantos de nós adiamos, empurramos com a barriga, atividades, tarefas, sonhos e decisões para amanhã ou depois, e depois? Eu já fiz isso, ainda faço e estou tentando melhorar. Sabemos da correria do dia a dia, mas tem coisas que realmente devemos deixar para depois? E é sobre esse tema que queremos refletir com o texto da Psicóloga Julia Spanholi.

“É bem provável que você já tenha vivenciado aquela urgência em fugir de algo, uma necessidade em evitar alguma situação por ela ser desafiadora ou até… por ser boa demais! Talvez, você também já sentiu saudade de uma vida que não levou por ter deixado para depois o enfrentamento de algumas emoções que pareciam incômodas e que provavelmente nem estavam nomeadas em sua consciência.

As nossas emoções tendem a ser ignoradas como se estivessem o tempo todo sendo dominadas pelo nosso intelecto, no entanto, o que vemos por aí é um pobre vocabulário e pouca referência para podermos nos guiar e aceitar os aspectos da nossa vida que seguem escondidos, inconscientes, ou seja, fora da consciência.

Deixar para depois, procrastinar, pode até ter um lado interessante no que se refere aos processos criativos. Esperar, não agir por impulso, evitar retrabalho, pode trazer a vantagem em dar um tempo entre a “ação e a reação”. Adiar, nesses casos pode evitar uma discussão desgastante ou uma resposta automática e batida para resolver a mesma questão.

Por outro lado, sentir-se empacado, estagnado, sem motivação para colocar algo em prática pode estar diretamente ligado a alguma dificuldade em lidar com as emoções.

Os comportamentos de procrastinação podem se assemelhar aos de preguiça… e às vezes é preguiça mesmo! Mas, se continuarmos as perguntas podemos perceber que a preguiça pode ser uma reação a uma outra emoção que está esquecida em um cantinho da vida. Por exemplo, adiar o início de uma atividade pode nos levar a pensar em “não querer renunciar a algo prazeroso”, a algo que esteja trazendo alegria, ou ainda que o resultado dessa nova vida pode ser assustador: ao conquistar algo novo é preciso bancar emocionalmente essa novidade.

Há quem tenha “preguiça” de começar por receio de errar novamente, já cansado de um processo que não se realiza nunca e então ter que entrar em contato novamente com todos aqueles sentimentos incômodos. Ao reconhecer isso e se entregar a um processo consciente de mudança, as pessoas conseguem fazer coisas que antes imaginavam não ser possível, como por exemplo, mudar de carreira, mudar estilo de vida, criar relacionamentos mais saudáveis.

É comum achar que procrastinação está ligada apenas em processos que envolvam desempenho e performance, no entanto, deixamos para depois relacionamentos, convívio, contato. Uma das emoções mais comuns quando pergunto no consultório o que está impedindo a pessoa de se direcionar àquilo que quer é o medo. O medo de ser feliz, o medo de ser amado e não merecer, de não dar conta, de assumir a felicidade e perdê-la. Medo de estar enganado, medo de fazer a escolha errada, medo da renúncia das mil possibilidades para ficar com apenas uma.

A angústia, o cansaço, a tristeza, a raiva e a frustração também aparecem com frequência para avisar que algo não vai bem. Mas, por que insistimos em não dar atenção a esses pequenos recados? Por que não somos estimulados a isso? Somos levados a crer que se sentirmos seremos sensíveis demais, fracos e vulneráveis. Quem sabe o segredo esteja na dose. Na honestidade em admitir que os conflitos existem, que as dúvidas são permanentes, que as crises existenciais seguem de fase em fase da vida e cabe a cada um olhar para elas e dar a devida atenção. Sair do óbvio e fazer as perguntas necessárias. Cuidar para não mergulhar em um mar de autocondescendência. Ter autocompaixão para perdoar a si mesmo e seguir em frente é o que desejo para ti ao final desse texto. Espero que seja inspirador.”

 

Minhas inspirações para escrever e tirar algumas coisas da base da procrastinação estão aqui:

Livro: Originais de Adam Grant

Músicas: Amanhã ou Depois – Nenhum de nós

Estilo de Vida: Mindfulness – Estar presente no corpo, na vida, nas experiências.

Seriado: Grey´s Anatomy – Se essa série não mostra como lidar com emoções complexas, dilemas morais, decisões difíceis eu não sei qual outra indicar…

Experiências de Vida: reencontrei meus velhos e amados amigos.

Julia Spanholi

Psicóloga CRP 08/12267

Atendimento de Adultos

Terapia Familiar e Individual Sistêmica

EMDR

Brainspotting

Quer conhecer o meu trabalho?

Insta: http://www.instagram.com/juliaspanholi

Whatsapp: (46) 99102-8048

Myself Espaço Terapêutico

Rua Aimoré 748, sala 08 – Térreo

 

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