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Sergio Peça: Amor, Generosidade e Alegria que deixaram saudades!

Quem dera se pudéssemos fazer todas as homenagens, demonstrar todo o nosso carinho, amor, respeito e admiração aos nossos pais enquanto eles estão vivos… mas, por mais que sejamos os melhores filhos do mundo e façamos tudo pelos nossos pais, sempre fica a sensação de vazio e de que poderíamos ter feito mais e mais e mais… Por outro lado, também acredito que tudo o que fazemos depois da partida deles, é visto e sentido do outro lado. Por isso, é que a história de hoje faz todo o sentido, mesmo que ela seja contada depois da partida dessa pessoa maravilhosa que passou pela terra, porque a história e o legado que ele deixou servem de exemplo até hoje para sua família e amigos e também podem servir de inspiração pra você que vai lê-la agora.

Sergio, ainda jovem nos tempos do colégio agrícola.

Hoje dia 20 de julho, o saudoso Sérgio Peça estaria completando 63 anos de vida, mas há pouco mais de 2 anos ele partiu deixando uma história muito bonita plantada no coração de todos os que conviveram com ele, porque era uma pessoa alegre, generosa, bondosa, além de ser um excelente profissional como Médico Veterinário. Sua filha Deise, quis fazer essa homenagem à memória do pai que, segundo ela, ensinou todas as coisas que ela sabe hoje, inclusive na vida profissional onde ela continuou com os trabalhos da empresa a qual ele tinha muito amor e orgulho.

Sérgio nasceu em Curitiba e foi criado somente pela sua mãe Alice Peça, mas passou boa parte da sua infância na cidade de São Bento do Sul em Santa Catarina. Dona Alice tinha uma fábrica na cidade e como sempre foi uma mulher muito forte, criou praticamente sozinha seu filho, ensinando a ele as coisas mais importantes da vida.

Com a mãe, seu alicerce, Dona Alice.

Na adolescência, Sérgio foi para Araquari – SC, estudar na Escola Agrícola, e devido ao grande amor pelos animais optou em fazer o curso superior de Medicina Veterinária. No último ano da escola agrícola, ele conheceu a Vera e foi aquela grande paixão da adolescência que virou sua companheira de vida, e durante alguns anos eles ficaram namorando à distância já que o Sérgio havia passado no vestibular de Veterinária da Udesc em Lajes. Sua mãe, Alice, decidiu vender tudo o que tinha em São Bento para poder acompanhar o filho, ela abdicou da sua própria vida para estar sempre perto dele dando suporte e carinho. E assim, ela fez durante todo o tempo, acompanhava o filho para cada cidade que ele mudasse.

Com a esposa Vera.

Ainda durante a faculdade em Lajes, Vera e Sérgio resolveram se casar e antes mesmo de terminar a faculdade ele já estava com as duas filhas: Laís e Deise. Assim que terminou a faculdade ele foi trabalhar em uma cooperativa na região de Toledo – Pr. Nesse período ele morava em Santa Rosa e fazia toda aquela região no interior do Estado, logo em seguida já foi morar em Toledo.

Em 1987 ele recebeu a proposta de vim trabalhar na Agroceres em Pato Branco, ficou trabalhando durante 5 anos trabalhando no setor da suinocultura. “Meu pai era um homem muito em inteligente, e muito respeitado dentro da sua área porque tinha muito conhecimento. Porém, era de sua personalidade não gostar de ser mandado, ou de receber ordens, além de não gostar de ficar trancando em um escritório, ele gostava de estar na rua em contato com as pessoas. Meu pai tinha um perfil de empreendedor, ele estava sempre a frente de todos, tinha um raciocínio muito rápido, era realmente um líder e um vendedor nato.” Conta a filha Deise.

Com os netos Gustavo e Maria Clara.

E, então em 1992 ele abriu sua própria empresa, em casa mesmo, no estilo de representação comercial, comprava e revendia produtos. No início eram produtos relacionados à avicultura que era uma área que ele já tinha conhecimento, mas com o passar do tempo ele percebeu que produtos para pequenos animais tinha um grande espaço a ser explorado. E então ele foi expandindo o negócio e como gostava muito de viajar ele começou a visitar mais e mais cidades da região Sudoeste e Oeste do Paraná, fazendo cada vez mais clientes. Sua rotina era sair de casa na segunda-feira de manhã e retornar na sexta à noite, durante muitos e muitos anos.

“Em 2005 eu já estava formada morando em Curitiba com o meu marido e meu pai enxergou no Betinho o potencial de fazer um sucessor, parecido com ele no jeito de atender os clientes, no carisma, e também tinha talento para as vendas. Então ele fez o convite para o Betinho, porque precisava de alguém para ajudar nas vendas, nas viagens… a estrada já estava se tornando um pouco cansativa, e assim eles começaram a dividir as regiões. E o Betinho também sugeriu que ele deveria ter um endereço comercial a parte do endereço da casa.”

Convenção de uma das empresas que ele representava.

E em 2008 quando ele percebeu que a filha e o genro estavam entendendo bem do negócio em Pato Branco, decidiu então se mudar para Toledo. Seu sonho era abrir sua agropecuária por lá e viver com a loja como se fosse sua aposentadoria, mesmo sabendo que o seu perfil não era de ficar quietinho atrás de um balcão. Lá na região de Toledo ele continuava fazendo suas vendas externas, porque ele gostava de viajar, de falar com as pessoas, de vender… mas, podia voltar para casa todos os dias…

Assim ele viveu até abril de 2017, quando em uma consulta a um cardiologista por conta de uma pneumonia parou para fazer um check up, na terça-feira ele se internou para fazer alguns exames e nesse mesmo dia sofreu a primeira parada cardíaca. Nesse momento ele estava sozinho em um hospital em Cascavel porque, a princípio, seriam exames de rotina. Uma filha em Pato Branco, a outra em Nova Aurora, a esposa em Toledo… Vera, sua esposa faria aniversário no outro dia, ele não quis que a esposa passasse a noite no hospital e combinaram dela estar em Cascavel no outro dia para comemorar a data… mas, a partir daí ele teve outras paradas e foi piorando, a família foi chamada mas nesse momento ele já estava na UTI.

Família unida e baseada na fé.

“Meu pai era um homem muito trabalhador, sua vida era a família e o trabalho, se ele sabia que estava com algum problema no coração, ele não quis parar a vida para olhar para isso, ele viveu e trabalhou até o tempo que Deus permitiu. Durante o almoço de Páscoa ele chegou a tocar no assunto com meu marido, pedindo se caso um dia ele viesse a faltar que o Betinho cuidasse da mãe, da esposa e das filhas…” E no dia 28 de abril de 2017 ele terminou sua missão.

“Meu pai Sergio deixou muitas lições, ele não era um cara materialista, apesar de ter lutado muito para conseguir seus bens, ele não era apegado com nada de material, se ele pudesse tirar a roupa do corpo para dar para alguém ele fazia, ele era muito coração, às vezes até demais… mas, isso era dele, era a essência dele e nós respeitávamos. E foi assim que ele também ensinou a minha mãe a ser: desapegada… as últimas palavras que ele conseguiu dizer à minha mãe foram: ‘Vai para casa Vera que a vida segue.’ E minha mãe tem sido a nossa fortaleza.” Seu Sergio deixou a filha e o genro preparados, de alguma forma, para continuar o negócio que ele tanto amava.

Amor pelos animais.

“Ele era um homem generoso, todos os dias ele levava comida para os moradores de rua que ficavam na Rodoviária em Toledo, ele dava carona para os andarilhos na estrada se estivessem com um cachorro… porém, ele não nos contava sobre essas caridades, foi somente depois da sua morte que começamos a saber de suas obras. Eu não tinha dimensão de quanto as pessoas conheciam ele, de quanta gente passou pela sua vida. Ele fazia muitas amizades não só no seu meio de trabalho. Por exemplo, no posto de gasolina que ele ia há anos em Foz do Iguaçu, ele era amigo de todos os frentistas… dos garçons onde ele costuma comer, ele gostava de fazer amizade com gente simples… quando essas pessoas ficaram sabendo do seu falecimento choravam com muita tristeza.” Seu Sergio ainda deixou dois netos, o Gustavo filho da Deise e a Maria Clara filha da Laís.

“Esposo ímpar, único… Pai que deixou suas marcas na vida de suas filhas de uma forma própria, cuidando, zelando e abdicando de si próprio em prol do bem estar e da realização familiar. A família estava sempre em primeiro lugar, era a sua prioridade… E foi através de sua vida profissional que conseguiu cativar e alcançar o reconhecimento dos seus clientes e dos seus amigos, pois além de profissional era um ser humano que expressava empatia pelo próximo. Tinha uma marca própria, conduzia a vida aproveitando e usufruindo os frutos do seu trabalho, das suas conquistas da melhor maneira possível. Sergio Peça era uma peça, apreciador da boa gastronomia, esportista, eclético com preferências do jazz, blues a MPB… Deixou seu exemplo de trabalho… trabalho esse que permanece vivo através dos seus… mantendo os mesmos valores e princípios.” Depoimento da esposa Vera.

Outra paixão: o futebol.

“Meu pai, obrigada por me passar o grande exemplo que você foi e por me ensinar tanto sobre a vida e como ser alguém melhor para o mundo. Dentre tantas pessoas que estão em minha vida, com certeza você é uma das minhas maiores inspirações. Desde muito cedo você passou por tantas coisas até depois ao construir sua família, e se manteve firme cuidando de tudo e de todos. Hoje sou a profissional que sou porque  segui os seus princípios… Agradeço a Deus por ter tido você como Pai!”. Depoimento da filha Lais.

Esse foi o legado que esse grande ser humano deixou na terra, e que pode nos inspirar no nosso dia a dia: família sempre em primeiro lugar, trabalho aquilo dignifica o homem e dá a ele a oportunidade de ajudar outras pessoas, empatia, amor à natureza e aos animais, e principalmente ter alegria em viver…

Família, seu maior tesouro.

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